discrição inicial

"O marketing moderno exige mais do que desenvolver um bom produto a um preço atraente e torná-lo acessível. As empresas precisam também de comunicar com as partes interessadas actuais ou potenciais e com o público em geral. Para a maioria das empresas, o problema não é comunicar, mas sim o que dizer, como dizer, a quem dizer e com que frequência. Mas as comunicações tornaram-se cada vez mais difíceis à medida que um número crescente de empresas tem de berrar para atrair a atenção dividida do consumidor." (Philip Kotler, 2005)

19 de junho de 2011

Portugal, porquê?

Porquê escolher Portugal para fazer anúncios publicitários?
É cada vez mais comum, marcas automóveis de valor internacional, escolherem a paisagem portuguesa para fazer os seus anúncios criativos. Mas qual será o valor percepcionado pela marca cliente para optar pela marca Portugal e não pela marca do país de fabrico?
Todos conhecemos o historial do país para grandes eventos: Tratado de Lisboa, 2007, Mosteiro dos Jerónimos; New 7 wonders, 2007, Estádio da Luz; Euro 2004; Rock in Rio 2004, Parque da Bela Vista;  Expo 98, Parque das Nações, etc.

Avaliando dois casos distintos, apresentamos de seguida um anúncio produzido para o automóvel Scirocco da marca Volkswagen, com diferentes planos de fundo da capital de Portugal, Lisboa.
Numa mais detalhada revisão, sabe-se que este automóvel é produzido actualmente pela fábrica Autoeuropa em Palmela, podendo-se prever que Portugal seria o local escolhido para as filmagens de um produto fabricado no próprio país.
Num outro prisma, a Aston Martin, outra marca bastante conceituada escolhe Portugal para fazer um anúncio recente a um dos seus produtos.
Para reforçar esta ideologia de anunciar em Portugal mesmo não produzindo, tenhamos em atenção o seguinte anúncio da Volvo, produzido no cenário da Serra da Estrela.
Nestes dois últimos casos, a marca optou por utilizar Portugal como cenário do anúncio independentemente do local de fabrico. Aparentemente não existe uma justificação standard para esta escolha, no entanto é justificada por técnicos de outras marcas da seguinte maneira:

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Cristina Rola justifica durante o lançamento mundial da 6.ª geração do BMW Série 5 Sedan que: “segundo a marca, a escolha da região de Lisboa prendeu-se com as previsões de bom tempo, as estradas melhoradas, a oferta hoteleira de elevada qualidade, a proximidade do Autódromo do Estoril para a realização dos ensaios desportivos, e a existência de um aeroporto internacional com boas ligações às principais capitais mundiais.” In Marketeer n.º 166 Maio 2010

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Takanori Takeshita justifica a escolha de Portugal para anunciar o novo Suzuki Alto: “Da primeira vez que aqui estivemos fomos muito bem recebidos, a equipa técnica portuguesa que foi recrutada foi excelente e além disso, Portugal continua a ter este belíssimo tempo que não podemos desperdiçar (…) havia outras localizações como o Sul de Espanha ou até mesmo a África do Sul, mas optámos por Portugal e estamos muito satisfeitos.”

Serão apenas estas as razões para anunciar em Portugal? Por vezes, e dadas as condições actuais menos positivas do nosso país, esquecemo-nos que outrora já fomos uma grande potencia mundial e que servíamos de exemplo a muitos. Acima de tudo Portugal além de país é uma marca que ainda colhe muitos frutos do seu passado, e provavelmente a nossa riqueza cultural é sem dúvida um factor decisivo para que outras grandes marcas escolham o nosso Portugal como cenário, beneficiando ambos para a promoção de um produto forte no mercado. No seguimento desta publicação, deixo um pequeno filme produzido num tempo actual de crise justificando o “porquê” da Finlândia dever investir em Portugal.

10 de abril de 2011

Logótipo

O logótipo é uma representação gráfica da marca, como uma assinatura institucional. Como qualquer outra assinatura, esta necessita de seguir um padrão visual semelhante que a torne reconhecida ao longo dos tempos onde quer que seja vista.

Este conceito está directamente ligado à forma como uma marca é representada, seja por um desenho específico ou um tipo de letra. Algumas vezes este meio é o único a ser utilizado por uma empresa ou marca para serem identificadas no exterior. Por vezes, a imagem de uma marca é acompanhada também por uma mascote como já referi numa publicação anterior, tenhamos em conta o caso da McDonald’s, que recorre ao uso de um logótipo, um slogan e uma mascote, colocando-a assim em 6.º lugar no ranking de marcas mais globais do mundo.

Para se perceber um pouco melhor este conceito, tenhamos em atenção o exemplo seguinte, da evolução do logótipo da marca FIAT:
Toda esta introdução serve apenas para trazer um exemplo, daquilo que considero ser uma obra de arte como nunca foi feita. Logorama é uma curta-metragem animada, dirigida por François Alaux, Hervé de Crecy e Ludovic Houplain. Esta curta ganhou o Premio Kodak no Festival de Cannes em 2009 e mais recentemente o Óscar de melhor curta-metragem de animação em 2010. É composta por uma história feita apenas de mascotes e logótipos facilmente reconhecíveis nos dias de hoje. As personagens principais são dois polícias (mascotes da Michelin), que recebem uma chamada da ocorrência de um furto cometido por Ronald McDonald (mascote do McDonald’s). Tenhamos em atenção o trailer:
 

Logorama, foi uma produção como não há igual, certamente que as horas dedicadas em pesquisa e criatividade para que toda a envolvente fosse minimamente coerente, foram determinantes para o sucesso ilustrativo desta curta-metragem. Numa outra visão, ao observarmos atentamente este pequeno filme, podemos perceber o quanto as marcas fazem parte da nossa vida, pelo número de logótipos ou mascotes que conseguimos identificar facilmente. Tal como já referi, estas pequenas representações gráficas de determinadas empresas, ficam intrinsecamente interiorizadas em nós através de uma ligação puramente psicológica, que acaba por ser extremamente relevante no momento da compra.


3 de abril de 2011

Coca-Cola - O poder de uma marca

Porque é que a Coca-Cola é considerada a melhor marca do mundo segundo a Interbrand?
A Coca-Cola conta com 125 anos de tradição. Actualmente é comercializada em mais de 200 países. Sobreviveu a regras, à concorrência e outros factores externos. Foi bem posicionada e acima de tudo inovou.
Estatísticas à parte, o que faz com que o refrigerante mais bebido do mundo seja realmente especial?
Esta tão conhecida bebida, fortalece a sua imagem com a preocupação com tudo e com todos, baseando-se num único conceito, a felicidade! A marca é considerada para todas as idades, todos os estilos de vida, como diferente, irreverente e inovadora. Aposta em mercados novos e produtos novos. E numa visão mais ambiciosa a Coca-Cola, pretende até ganhar quota de mercado às águas e outras bebidas vulgarizadas, com o objectivo de ser um substituto de qualquer outra bebida, seja à refeição, após fazer exercício, ou simplesmente só porque sim.

A Coca-Cola apresenta sempre todos estes conceitos de maneira a que o público em geral se sinta afeiçoado e tocado pela marca, tenhamos em atenção os seguintes exemplos:
Coca-Cola - Situação do Mundo

Coca-Cola - Distribui Felicidade

Coca-Cola - Avatar

Coca-Cola - Natal 2010

Coca-Cola - O roubo

Coca-Cola - É minha!

Coca-Cola - Para todos, Para Sempre

Coca-Cola - Estás aqui para ser feliz

Coca-Cola - A fábrica da Felicidade
Nos diferentes anúncios podem verificar-se alterações nos slogans, como é habitual no processo de inovação de marca, mantendo sempre o conceito base. Hoje em dia ainda é possível, recordar um dos mais simples e imbatíveis slogans da história do refrigerante: “Sempre, Coca-Cola”; “Always, Coca-Cola”.

A preocupação constante com anúncios extremamente criativos, iniciativas de marketing diferentes de tudo o que já foi feito ou visto, permite uma notoriedade excelente da marca.
Além de uma revolução no conceito de Natal como o público o conhecia, muito para além de uma receita misteriosa com ingredientes secretos ou de guerrinhas com a concorrência, a Coca-Cola aposta em transmitir felicidade para todas as pessoas, as que consomem e não consomem, mas acima de tudo para aquelas que vêm e estão atentas à sua publicidade.

27 de fevereiro de 2011

Branding

O conceito de Branding, serve para criar estruturas mentais, que ajudam o consumidor a organizar o seu conhecimento sobre um produto ou serviço, de maneira a tornar a tomada de decisão mais clarificada e esclarecida, gerando durante este processo valor à empresa.

Para que tal processo seja eficaz, deve-se ter em conta duas ferramentas importantes na gestão deste conceito, através de posicionamento e diferenciação. Em relação ao primeiro, o posicionamento, permite projectar o produto e a imagem da empresa que acabará por ocupar um lugar diferente e destacado na mente do público consumidor. Já em relação à diferenciação, este processo corresponde a gerir positivamente características inerentes ao produto, isto é, através de pontos-chave como a forma, características ou benefícios e qualidade de desempenho, servem para gerar uma identidade da marca.

Estes pontos são mais facilmente identificáveis em produtos tangíveis que têm mais facilidade de se diferenciar em relação aos restantes. Este processo de “ser diferente” dos produtos já conhecidos, serve para captar a atenção do consumidor na hora de tomar a decisão de compra. Tenhamos em atenção o seguinte filme explicativo:
Quais são as vantagens de Marketing que uma marca forte proporciona?
-Melhor percepção do desempenho do produto
-Maior fidelidade
-Menor vulnerabilidade às acções de marketing da concorrência
-Menor vulnerabilidade às crises de marketing
-Maiores margens
-Menos sensibilidade do consumidor aos aumentos de preço
-Maior cooperação e suporte comercial
-Mais eficácia das comunicações de marketing
-Oportunidades adicionais de extensão de marca.

Para se compreender melhor, porque é que o Branding é uma ferramenta de marketing essencial, tenhamos em atenção o exemplo da melhor marca com mais valor do mundo de acordo com a Interbrand:
A partir da próxima sexta feira, abordarei esta e todas as outras marcas do ranking de 2010 das "Best Global Brands"

20 de fevereiro de 2011

Efeito Mourinho

Actualmente a contratação de celebridades é um factor frequente dos anunciantes. Isto verifica-se principalmente nas publicidades e anúncios das entidades bancárias.


As celebridades ajudam a manter a atenção do consumidor nos anúncios em questão. A transmissão da mensagem melhora, porque filtra o “ruído” do processo. A personagem famosa garante clareza à mensagem e economiza o tempo do anunciante na hora de produzir o anúncio e mensagem televisiva.
De acordo com alguns estudos e pesquisas, actores anónimos ou pouco conhecidos, transmitem informações pouco precisas de carácter demográfico; género, status social ou idade são alguns exemplos. Celebridades ou famosos, alguns, geralmente sem formação artística, são detentores de uma gama de significados relativos à personalidade e ao estilo de vida, que o público-alvo reconhece automaticamente ao observar o anúncio.


Numa visão mais detalhada, da psicologia do consumidor, este utiliza e compra os produtos ou serviços vinculados a personalidades famosas, quase que por imitação, convertendo-se assim o famoso num modelo/guia do consumidor, levando este a desejar parecer-se com a celebridade em questão.
Todo este processo de ligação entre os famosos e os consumidores consegue-se porque acreditam que os famosos alcançam a fama por “méritos próprios”, principalmente celebridades do mundo do desporto como são os casos que seguidamente vamos verificar. Quando se verificam anúncios com actores “por catálogo”, na maioria dos casos provoca rejeição, como os exemplos actuais dos anúncios do Continente (já o Modelo, utiliza a apresentadora Fátima Lopes como referência). Tenhamos em atenção os seguintes exemplos:

BPI (Mourinho)

BPI Bolsa (Mourinho)

Millennium BCP (Mourinho)

American Express (Mourinho)

Outros Exemplos:
BES (Cristiano Ronaldo)

Caixa Geral de Depósitos (Catarina Furtado)

Millennium BCP (Jorge Gabriel)

Algumas questões que deixo hoje para reflexão:
- Tendo em conta o aumento das contratações de famosos pela concorrência, terão este tipo de anúncios a adesão esperada?
- Porque razão este tipo de publicidade não é aplicada noutras grandes marcas?
- Sendo o pagamento a famosos mais elevado pela sua contratação do que a actores "por catálogo", terá este método um retorno plausivel de ser repetido?

13 de fevereiro de 2011

O Jingle

“A publicidade é uma actividade profissional, dedicada apenas à difusão pública de ideias que estão geralmente associadas a produtos, serviços ou a empresas.” A sobrevivência e efeito deste meio de comunicação, é bem sucedido apenas, com uma grande repetição. Isto é, quanto mais se repetir determinado anúncio, maior será a probabilidade de uma pessoa o ver, memorizar e posteriormente recordá-lo.

Os anúncios televisivos tradicionais, apresentam certas lacunas no seu efeito, tendo em conta as novas tecnologias existentes. Tal como já referi numa publicação anterior, a facilidade de gravação dos programas televisivos, e da total interactividade inerente a esses serviços por cabo, permitem um corte na recepção de publicidade ao público, não facilitando a comunicação entre a empresa e o espectador.

Em 1926 nos EUA, foi criado o primeiro meio que vinha a reflectir uma nova geração de anúncios, o Jingle. Foi na década de 50, que este teve a maior adesão publicitária paralelamente ao boom económico. O Jingle é uma mensagem publicitária musical, elaborada com uma melodia cativante e um refrão simples de curta duração para ser relembrado com facilidade. Quanto mais eficiente for, mais facilmente irá “prender” a memória das pessoas, sendo comum que estas se lembrem de alguns Jingles que foram transmitidos há décadas. Este meio poderá ser transmitido na televisão, ou rádio, onde tem ainda mais efeito.

Para se entender melhor esta publicidade, recomendo um anúncio que teve bastante impacto em 09/2010, surtindo efeito ainda nos dias que correm. Tenhamos em atenção os exemplos:

Primeiro anúncio

Anúncio complementar

Anúncio de Natal
Com o slogan “Aqui os preços são sempre baixos. Na loja toda o ano inteiro”, o Pingo Doce decidiu estabelecer esta nova forma de comunicação. Através de uma melodia que quase automaticamente fica memorizada nas nossas mentes, levando o público a trautear melodia e letra, a recepção desta não foi a esperada. Devido a uma agressiva repetição do anúncio, e saturação do mesmo, as reacções começaram a ser negativas, mas ainda assim, o efeito de marketing viral estabeleceu-se. Ou seja, o anúncio passou a ser, comentado, criticado e discutido em grupo, mas nunca pelas melhores razões. Após a interpretação desses resultados, a estratégia foi alterada. Tenhamos em atenção os exemplos seguintes:

Anúncio Natal 2010

Anúncio "0 aumento de IVA"
A publicidade mais recente de natal, tal como se verifica, revela um apelo ao sentimento por parte dos espectadores, principalmente das famílias que também têm filhos. Numa interpretação mais profunda o objectivo é, que os espectadores sintam o que os “pais” das crianças da peça de natal sentem ao ver os “filhos”, estabelecendo assim uma ligação positiva. No segundo anúncio, para além da alteração da melodia e da letra, mantendo o slogan, aposta numa preocupação do público geral, a subida do IVA e do preço dos produtos de consumo diário, tentando “despreocupar” o público por não haver alterações dos preços na entidade em questão. Este anúncio veio a público no primeiro dia do ano 2011.

Algumas questões que deixo hoje para reflexão:
- Embora de forma negativa, terá o Pingo Doce alcançado o que pretendia com o seu Jingle? Notoriedade?
- A mudança foi essencial depois da captação de atenção do público com o primeiro Jingle?
- Poderá o anúncio “0 aumento de IVA” ser considerado publicidade enganosa?

8 de fevereiro de 2011

Actualizações recentes

Aos meus leitores semanais, venho com esta mensagem dar a entender que esta paragem foi necessária para fazer várias actualizações.

O marketing pessoal, é um tema que se tem vindo a desenvolver cada vez mais. Este conceito é geralmente aplicado antes de entrevistas de trabalho, em reuniões importantes ou até mesmo no dia-a-dia laboral de cada um. Tem o objectivo de realçar os aspectos mais positivos de cada indivíduo.

Isto para explicar esta recente paragem nas publicações. Actualmente decidi desenvolver o meu marketing pessoal. Esta reestruturação, passou pela elaboração de um site pessoal, e da actualização do layout do blogue. Deixo o link para vossa apreciação: https://sites.google.com/site/carlosmaiacorreia/.

Deixo ainda uma nota final, de que as publicações irão ser retomadas já no próximo Domingo.